domingo, 24 de junho de 2012

AQUI JAZ






Ainda tênue

e parcimônico

reluzente...

Antônimo!

Das relíquias

dos luzeiros,

dos montantes tão ligeiros...

Vi teu fim

num calabouço...

De idéias antiquadas e abstêmias

que não ferem ,

mas desdenham teus temores...


Daniela Reis

sexta-feira, 8 de junho de 2012

A menina e o violão


Existia uma pequena
que era toda coração,
menina pura de encantos
adoradora da canção.
Respirava melodia,
transpirava acordes, sons...
Sabia que cada brisa em seu rosto
era Deus numa oração.
Certa vez viu pelo caminho
na vitrine um violão.
Seus olhos brilharam tão forte,
suas mãos tremiam ...Palpitação.
A impressão é que se ouvia
a milhas o seu coração.
Dia após dia
a menina ali parava,
olhava pensando alto
quais maravilhas o violão lhe reservava.
Ela quase podia ouvir
seu dedilhar na noite fria,
emudecendo seus medos antigos
vibrando em pura melodia.
Certo dia, encorajada,
já cansada de esperar
resolveu entrar na loja...
Sem pudores,sem temores,
e pediu pra o segurar.
Foi então neste momento
que a menina viu nascer
a vertente mais pura de amor
e a ligação a transcender.

Sentiu as cordas com calma,
e as fez soar livremente...
E foi como se os próprios anjos
estivessem fazendo arpejos.
Um instante apenas,
com gosto de eternidade.
Uma paz quase santa...
A luz em serenidade.
...
Anos passaram,
as coisas também mudaram,
e a menina por ali cresceu.
Lembrando do momento mais terno
de ligação, sinceridade e afeto
que aquela música lhe concedeu.
Até que ao passar pela loja,
viu que o violão desaparecera.
E foi quando viu na calçada
no banco em frente à entrada
uma moça com ele a tocar...
Mesmas cordas, mãos talentosas,
mas a magia perdera-se no ar.
E o mais triste era perceber,
que ele estava no seu lugar.
Que por mais que a menina quisesse
nunca aprenderia a tocar
com a maestria e o engajo
daquela moça a solar.
Porém aquela música
nunca mais se apagou,
e ainda revive a memória
de um tempo em que calou
todo o mundo ao seu redor
formando um elo de amor.


Daniela Reis

Doce



O colo a ninar

sussurrando a melodia

que parece enfeitiçar,

acarinhar

e seduzir

o pequeno ser que ali se refugia.

É como um sopro de fé

àqueles que não mais creem.

É como um sorriso irmão

um apelo

que já de antemão

norteia a alma de pura luz

daquele que tanto anseia.



Daniela Reis