É uma inconstância sem tamanho
um embrutecer sem nem medida
um resplandecer de antigos medos
em nostalgia.
Qual é o cheiro que me chama?
Qual é o apelo que comove
e à duras penas ainda me torna frágil
ao que ninguém mais questiona?
Que culpa tenho em sentir cedo?
Sou cega por medo,
ou busco doçuras tardias
por pura tolice e despeito?
Quero um radar
um repelente
um detector que habilite meu peito
a refugar não quereres
a deletar simpatias
e extirpar tais viveres.
Me quero de volta
se é que algum dia me tive.
Só quero enxergar sem rótulos
pra quem sabe romper as amarras
e esconder cicatrizes.
Daniela Reis