sábado, 28 de setembro de 2013

CICATRIZES


É uma inconstância sem tamanho
um embrutecer sem nem medida
um resplandecer de antigos medos
em nostalgia.
Qual é o cheiro que me chama?
Qual é o apelo que comove
e à duras penas ainda me torna frágil
ao que ninguém mais questiona?
Que culpa tenho em sentir cedo?
Sou cega por medo,
ou busco doçuras tardias
por pura tolice e despeito?
Quero um radar
um repelente
um detector que habilite meu peito
a refugar não quereres
a deletar simpatias
e extirpar tais viveres.
Me quero de volta
se é que algum dia me tive.
Só quero enxergar sem rótulos
pra quem sabe romper as amarras
e esconder cicatrizes.


Daniela Reis

terça-feira, 10 de setembro de 2013

RECOMEÇO

Às vezes o sentido se perde
a busca já não parece em consenso,
os olhares não despertam afeto
e tudo parece conduzir ao erro.
Recomeçar de onde?
Pra quê?
Se os entornos permanecem os mesmos
e ninguém se importa com nada
que esteja além de si mesmo.
Recomeçar é duro,
intenso,
é um reacender-se de fato
encarando as consequências
sem se tomar pelo medo.
Que se possa então conceber
o sentido real da mudança
fique a cargo do Universo
o renovar a esperança.
Que se faça lei
o antigo aviso dos céus
"Felicidade e todo bem hão de seguir-me
por todos os dias da minha vida".

Daniela Reis