domingo, 22 de julho de 2012

( À )penas


Basta fechar os olhos
que eu vou te encontrar
em somente um minuto
em qualquer espaço
lugar ou tempo
eu irei te encontrar.
Dentro de mim vive livre
sem esperas ou medos
vive leve
pelo vento
vive brisa:
Amor apenas vivendo.
Basta fechar os olhos
e todo o resto
(que é só resto)
some como que por encanto
e só o  cheiro, e o gosto
e o sentir
e o teu rosto...
Amor à penas vivendo.
Basta fechar os olhos
que eu irei te encontrar,
pois aqui, do outro lado
ainda sonho...
Não quero acordar.


Daniela Reis

sábado, 21 de julho de 2012

BREU



E foi assim
como um clarão repentino,
como um sopro de vento fresco
em meio ao ardor do deserto.
Passou por mim transformando
tudo aquilo que eu sabia
há tempos não estar certo.
E foi assim,
feito um torpor
um estado nostálgico pleno
um salutar novo invento:
obra nova dentro de mim.
Resgate das velhas
incansáveis
e ternas lembranças
que mesmo com o passar dos anos
teimam em retratar esperanças.
E foi assim
como a descoberta de um EU
que jazia pútrido,
esquecido
e inerte aos apelos meus,
renascendo límpido
e em paz
transpassando aquele breu.
Breu este
que ao repensar agora
nada mais era
que a fuga
das minhas eternas esperas.
Este brilho,
esta luz
sempre estiveram lá
e apenas sufocaram-se
diante daquele penar.
E foi assim
que eu me vi renascer:
Como um clarão repentino
que norteia a caminhada
em pleno anoitecer...

Daniela Reis

domingo, 1 de julho de 2012

LABIRINTO

Um labirinto íngreme
nos caminhos do meu coração
desfaz as paredes imensas
e as crateras que tão extensas
anseiam o fulgor da paixão.
Como um brinquedo inanimado
num canto pegando poeira
moldado à meus caprichos
sem opinião nem cadência,
és apenas alguém sem memórias
sem talentos
nem amigos.
Por fazeres de mim teu pilar
por me veres como algo a alcançar
por quereres que minh’alma esquecesse
da mente que quer navegar
fostes a imagem retida
num elo distorcido de amar.
Como um brinquedo puído
já sem mais nenhum atrativo
estiva-me o espírito lento
querendo-me sem nenhum sentido.
Num labirinto íngreme
das paredes do meu coração
remetendo aos enlaces vindouros
das veias da poesia em canção
tentas reconquistar-me
tentas novamente encantar-me...
Mas como um brinquedo inanimado
num canto pegando poeira
permaneces em meu peito escondido
sem nenhum sentimento profícuo
nem reminiscências...
Apenas fica ali
comigo a ser teu pilar
com teu sentir obsessivo
e teu riso a me perturbar....
Pena não conheceres os caminhos
do sentir de meu coração
pois as chaves não estão escondidas
são duelos gritantes da razão.

Daniela Reis