sexta-feira, 25 de abril de 2014

MAR DE GENTE


Eles caíam aos montes
taciturnos
vagavam na escuridão do dia
catástrofe em lamúrias
mundanas vestes
escarlates sorrisos.
Mendigando a vergonha
dos traços impuros
em desalinho.
Quem sabe a senhora
que ao passar nem o nota
que sufoca o olhar
mas aos céus se desdobra...
Quem sabe ela pulse ao sentir
o cansar desses olhos aflitos
ou acolha alguém que a vagar
se aqueça com um simples sorriso.


Daniela Reis

quinta-feira, 24 de abril de 2014

CHOQUE




Alienação
Invisibilidade
Ostentação
Carência
Deficiência 'ex- trutural'
Fome
Caos
Multidão
Desassossego múltiplo
Reencontro
de paz e perdão.



Daniela Reis

quinta-feira, 17 de abril de 2014

REMÉDIO



Talvez fosse falta de afeto
Talvez fosse um tiro no peito
um corromper devaneios
que dilacerou todo o resto.
Ou mesmo uma bruma de orvalho
quem sabe pequenos retalhos...
Ela não tem mais registros
não ouve nem sente mais nada.
É como se fosse uma corda
solando seu réquiem pausado
nota, nota, repetida ao acaso.
Esse emburrecer tem prazo
meta.
Ela esconde o que pensa
mas sabe
que é só por um tempo.
Logo já é hora do remédio.


Daniela Reis