sexta-feira, 2 de outubro de 2015

A VOLTA




Vento que vai
vento que vem
cá estou eu
novamente
tratando das peripécias do eu
tratadas por vezes com desdém.
Cá estou eu
depois de tanto
depois de tudo
cheia de algo
que de tão profundo
me afoga.
Cheia de algo
que de tão intenso
se desdobra...
Que se desfaz como o vento
e toma outras formas
e escorrega pelos dedos
e novamente se transforma.
Depois de tanto
de tudo
cá estou eu,
finalmente
desnuda.


Daniela Reis