sábado, 21 de julho de 2012

BREU



E foi assim
como um clarão repentino,
como um sopro de vento fresco
em meio ao ardor do deserto.
Passou por mim transformando
tudo aquilo que eu sabia
há tempos não estar certo.
E foi assim,
feito um torpor
um estado nostálgico pleno
um salutar novo invento:
obra nova dentro de mim.
Resgate das velhas
incansáveis
e ternas lembranças
que mesmo com o passar dos anos
teimam em retratar esperanças.
E foi assim
como a descoberta de um EU
que jazia pútrido,
esquecido
e inerte aos apelos meus,
renascendo límpido
e em paz
transpassando aquele breu.
Breu este
que ao repensar agora
nada mais era
que a fuga
das minhas eternas esperas.
Este brilho,
esta luz
sempre estiveram lá
e apenas sufocaram-se
diante daquele penar.
E foi assim
que eu me vi renascer:
Como um clarão repentino
que norteia a caminhada
em pleno anoitecer...

Daniela Reis

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