segunda-feira, 2 de abril de 2012

MINHA FACE


Surpresa...
Destino?
Enchem-se de lágrimas os olhos...
Sarando o coração em espinhos...
Surgiste:
Como corsa a sobrevoar as águas límpidas.
Sobrevoando o meu espírito doente
mostrando a luz e a saída do fascismo
que temeroso do futuro, da incerteza
lembra o passado, com a beleza do poente.
Sinto então toda essa luz, essa magia...
E percebo-me em meio ao fogo, à armadilha!
Como pude mudar tanto em pouco tempo?
Como pude ressentir-me em desalento?
Deixei minha face em algum lugar do meu passado,
E essa agora... Não sou eu, não reconheço...
Pelo menos não é a mesma do espelho...
Em devaneios penso saber qual o caminho
mas já pensava sabê-lo outrora...
Pois veja: as escolhas foram feitas,
erradas e distorcidas pelo medo,
cerradas no meu peito que só chora.
Mas tu vieste...
Sorriste...
E com essa luz inebriaste minh’alma
abrindo um novo caminho ainda estreito
que quem sabe trará à tona minha face...
Mas a verdadeira face!
Não esta que agora se desfaz...
A face do amor, da inocência,
do pudor e não da simples complacência.
A face daquela que amou sem nenhum medo,
que buscava no vento o doce sabor do teu beijo.
Pois esse mesmo sopro trouxe a mim nova atitude!
Trouxe leveza, e paz, e ternura.
E teu beijo que viajou pelo vento
cruzando nortes pelo mundo ao meu encontro
finalmente chega a mim ainda intacto,
e em na minh’alma  promove o estardalhaço
de derrubar paredes de cinismo e angústia,
reconstruindo um elo simples de amor.
Um elo mais forte do que o tempo,
mais forte que as escolhas erradas,
mais forte que os caminhos traçados.
Como uma corsa , como um sopro...
Derrubando muralhas, abrindo caminhos...
Surgiste...
Surgiste e recuperaste minha face...
Minha verdadeira face...

Daniela Reis

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